Eu voltei, agora pra ficar!


Uma tarde de festa, colorida em preto e branco, e ao som de "O Portão", do rei Roberto Carlos.
É assim que podemos descrever o jogo de hoje, entre Corinthians e Ceará, no Pacaembu. A vitória por 2 a 0 sobre os cearenses serviu para confirmar o retorno do time a Série A com seis rodadas de antecedência, após quase um ano do rebaixamento.

Este pesadelo que começou no dia 2 de Dezembro de 2007, após empate em 1 a 1 com o Grêmio, na última rodada do Brasileirão. Ali a Fiel chorava, e vivia o momento mais triste nos 98 anos da história corintiana. Temendo que o ano seguinte demorasse a passar, graças a atual situação do time, e as muitas piadinhas dos rivais.

Como torcedor corintiano, não nego que isso foi uma punhalada em minha alma, assim como na alma dos demais. mas nem por isso deixamos de apoiar nosso Corinthians. O gigante apoiado por uma nação de 30 milhões de torcedores que prometeram nunca abandoná-lo, independente do momento. Com a cabeça erguida, e sempre acreditando em dias melhores.

Pois como diria Dom Paulo Evaristo Arns: "Não existem derrotas definitivas para o povo!".

E aceitando a derrota desse modo, o Corinthians começou a se reestruturar. A começar pelo comando do time, com a chegada do técnico Mano Menezes. Que implicou na limpeza do elenco, e na chegada de muitos reforços ao longo da temporada (26 no total) como Chicão, William, André Santos, Herrera, Douglas & cia.

No primeiro semestre, o time foi bem, mas também passou por mais frustrações. A eliminação das semifinais do Paulistão na última rodada, e a derrota para o Sport na final da Copa do Brasil foram algumas delas.
Daí em diante, o Corinthians voltou seu foco para a disputa da Série B, e raríssimas vezes viu a sua liderança ser ameaçada por Bragantinos, Avaís, e Barueris da vida.

Para os rivais, essa Série B está como a mais fácil de todas. Mas não enxergam que foi o próprio Corinthians que tornou ela assim, jogando sempre com o enorme apoio da sua torcida, além de seriedade e respeito para com os adversários.

E finalmente hoje, nesse 25 de Outubro de 2008, veio a recompensa.
Calando todos que não acreditavam, o Corinthians está de volta a elite do futebol brasileiro, o lugar de onde nunca deveria ter saído. Se não fosse alguns corruptos que roubaram e trouxeram desgraça ao clube, mas que felizmente já estão devidamente "enterrados".

O choro de Felipe (foto) é o retrato de todo o elenco, que assumiu a responsabilidade de devolver o time a Série A.
Mas também é da Fiel torcida. Do bando de loucos, que fortaleceu seu orgulho de torcedor a cada jogo. Que "abraçou" o time, literalmente, e prometendo nunca abandoná-lo.

Agora, que venha 2009!
Com dias melhores, e com um ótimo planejamento. De brigar por títulos, e fazer do tão esperado centenário um ano de festa para a Fiel.

Pois o Corinthians é grande. E deve se orgulhar disso.


Reinaldo Vieira
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Muy hermanos!

O futebol brasileiro está cada vez mais repleto de gringos, como uruguaios, paraguaios, chilenos, argentinos, etc. Porém os "hermanos" são de maior destaque aqui.

Como todos sabem, Brasil e Argentina sempre foram grandes rivais no futebol sul americano. Num clássico que, do lado brasileiro, envolve a técnica, a classe, e o futebol pentacampeão do mundo, tido como o melhor e o mais invejado por outros países.

Do lado argentino existe a famosa "catimba", e também existe a técnica. Mas esta não prevalece tanto quanto a raça e dedicação de seus jogadores. Os exemplos hoje são craques como Messi e Riquelme, donos de uma técnica refinada e admirável, mas que não tem vergonha nenhuma de ralar o bumbum no chão, até recuperar a bola que algum jogador adversário lhe roubou.
São palavras do nosso presidente Lula, que ainda acrescentou que, ao perder a bola, os jogadores brasileiros apenas colocam a mão na cintura, e lamentam. Nas atuais circunstâncias de nossa seleção, não é nenhuma mentira dizer isso.
E se aliássemos toda a nossa técnica com um pouco da raça argentina, seria quase impossível ganhar da nossa Seleção Brasileira.

O que pesa contra a admiração é a imagem de arrogante, insuportável, cínico, e até racista dos argentinos em algumas vezes.

E o que o título tem a ver com isso ?

Simples dizer: deixando essas diferenças pessoais de lado, é por esse espírito de luta, que já fez Tevez e Herrera caírem nas graças dos torcedores corintianos. E que faz o mesmo com D'Alessandro e Guiñazu no Internacional, com Maxi (primo de Messi) no Flamengo, Conca no Fluminense, entre outros.
Infelizmente o futebol argentino não tem o mesmo costume de importar nossos "brazucas", muito menos de deixá-los caírem nas graças dos torcedores. O último dos moicanos foi o atacante Iarley, ex-Boca Juniors e atualmente no Goiás.

Na escassez cada vez maior de craques brasileiros, a solução mesmo é trazer gringos do futebol sul americano. Os argentinos são cada vez mais exemplo disso, como já vimos.
E não importa toda a rivalidade que exista entre Brasil e Argentina, sempre existirá admiração no futebol de ambos os lados. Para o bem desse esporte que é, sem dúvidas, uma linguagem universal.

Não faz mal "tirar o chapéu" alguma vez para apreciar esse bom futebol argentino, e que deve servir como exemplo e motivação para nós, brasileiros.


Reinaldo Vieira.
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"Os fins justificam os meios"

A frase acima é do italiano Nicolau Maquiavel, um dos mais conhecidos filósofos políticos de todos os tempos. E que resume bem o momento do ex-presidente corintiano Alberto Dualib, e de Nesi Curi, expulsos do clube na noite desta terça-feira no Parque São Jorge.

Aos gritos de "Fora Dualib ladrão" e "Não é mole não, a Fiel agora é sócia do Timão", o protesto que reuniu pouco mais de 500 torcedores assemelhava-se bastante ao Sábado de Aleluia, o famoso dia de "malhar o Judas", e uma diversão para algumas pessoas. Como para estes, que viam ali uma oportunidade de se vingar da vergonha que Nesi, e principamente Dualib, os fizeram passar.

Presidente do Corinthians há 14 anos, a crise de Dualib com a torcida começou no final de 2004, quando aprovou a parceria com a MSI do iraniano Kia Joorabchian, na intenção de montar o time "number one" do Brasil.

No ano seguinte, vieram craques como os meio-campistas Mascherano, Roger e Carlos Alberto, e principalmente, o atacante argentino Carlitos Tevez, a contratação mais cara da história do futebol brasileiro (U$$ 20 milhões).
Foi um ano tumultuado do inicio ao fim, mas que culminou com o tetracampeonato brasileiro do clube alvinegro.

Em 2006 e com a mesma base do tetra, o principal objetivo era a Libertadores. Que não veio, e terminou de forma traumática, com a eliminação do time nas oitavas-de-final para o River Plate (ARG), iniciando a fúria da Fiel contra Kia e a MSI.
Daí em diante o time caiu muito no Brasileirão, chegando a frequentar a zona de rebaixamento. Só que com a chegada do técnico Emerson Leão, o time arrancou nas ultimas rodadas e se salvou do descenso. Apesar de ter perdido Tevez e Mascherano para o futebol inglês, no decorrer do campeonato.

Mas em 2007 a crise estourou de vez; informações e investigações sobre o grupo MSI vinham a tona, envolvendo crimes como lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, falsidade ideológica de outros investidores, etc. Todos que também levavam o nome do presidente Dualib, que ali fazia o Corinthians viver o pior momento da sua história. Um "caso de polícia", literalmente.

E dentro de campo, o time não correspondeu, com um elenco limitadíssimo. Lutou com todas as forças até a última rodada, quando o empate em 1 a 1 com o Grêmio decretou a queda do clube alvinegro para a Série B do Campeonato Brasileiro. Para a raiva e tristeza da Fiel, que deveria passar pelo mesmo martírio que a torcida de outros grandes como Palmeiras, Atlético-MG e o próprio Grêmio.

Mas principalmente para confirmar a frase de Maquiavel. O "meio" sujo e corrupto da parceria com a MSI viria a resultar no rebaixamento do clube, mais tarde.

Hoje, a presidência é outra; Andrés Sanchez, que no passado era a favor da parceria, voltou-se contra ela. E agora aos poucos vai acertando as dívidas que o clube tem a pagar, e tentando promover a "transparência" que tanto falta por lá.

Mas o mais importante é que nesse dia 30 de Setembro de 2008, o Corinthians se vê livre de Alberto Dualib. Que não importa quantos títulos o clube tenha durante a sua gestão, NADA irá apagar tamanha escória e humilhação que trouxe ao Parque São Jorge.

Triste esse fim para um senhor de 88 anos, e mais ainda a "homenagem" que acabou recebendo dos torcedores.
E por mais que o ex-mandatário alvinegro tente esquecer, Maquiavel sempre o lembrará.


Reinaldo Vieira
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